A construção civil consome até 75% dos recursos naturais do planeta. É urgente repensar o nosso jeito de construir cidades - e, principalmente, o que fazer com os resíduos da construção civil, que hoje representam até 70% do total de resíduos sólidos urbanos.
"Atualmente, o consumo de cimento é maior que o de alimentos e o de concreto só perde para o de água." (GLOBO CIÊNCIA, 2013)
Os impactos gerados começam desde o esgotamento dos recursos naturais e os danos ambientais e sociais causados pela extração, passando pela fabricação dos materiais de construção, que demandam elevadas quantidades de energia e água, pela geração de enormes quantidades de resíduos industriais, pelo transporte dos materiais por longas distâncias, até as grandes quantidades de resíduos gerados na própria obra e posteriormente em reformas e demolições. Todo esse processo acontece incessantemente, a todo instante.
O projeto arquitetônico sustentável tem como premissa ter maior controle e economia no consumo dos materiais, tanto na quantidade necessária quanto na responsabilidade com a origem e os impactos que envolvem cada material e sua utilização eficiente na obra, visando aproveitar ao máximo cada elemento e buscando um destino final adequado aos resíduos gerados. Também faz parte considerar a energia que a própria construção vai demandar, para que com o mínimo de aquecimento, resfriamento e iluminação artificiais ela seja confortável e saudável.
Um dos caminhos para gerar um menor impacto ao meio ambiente está na valorização dos materiais naturais existentes na região, além do estímulo às técnicas ancestrais de construção dos povos tradicionais, que, através de tecnologias próprias de manejo da natureza, protegem e potencializam a diversidade biológica através dos tempos.
Sustentabilidade, além do cuidado com "aquela" natureza que parece distante da cidade, é cuidado com a saúde e o bem-estar: de quem mora, de quem passa e de quem vive perto, sejam eles humanos ou não.
ROTH, Caroline das Graças; GARCIAS, Carlos Mello. Construção Civil e a Degradação Ambiental. 2009. Disponível em: https://revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/view/169.
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